Aos 45 anos, a guairense Rosangela Maria de Oliveira estava animada para o nascimento do segundo neto, previsto para o fim deste mês. As informações são do G1.
O sonho de ninar a criança foi interrompido na última sexta-feira (9) quando o avião onde Rosangela estava caiu em Vinhedo, São Paulo. Ela é uma das 62 vítimas do voo que saiu de Cascavel, no oeste do Paraná, e ia para Guarulhos (SP).
"Ela estava ansiosa, mandou até fazer uma bolsa personalizada com o nome do neném para dar para a minha cunhada. Ela já amava muito ele, mesmo antes de ver o rostinho do neném", conta Maria Eduarda de Oliveira da Rocha, filha da vítima.
Na aeronave estavam 58 passageiros e 4 tripulantes, segundo a Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, companhia aérea dona da aeronave. Ninguém sobreviveu.
A diarista, moradora de Guaíra, no oeste paranaense, deixa ainda quatro filhos e uma neta de 2 anos.
'Estava começando a viver a vida novamente'
A filha contou ao g1 que a mãe embarcou no avião junto com o namorado, Mauro Manoel Bedin. Os dois iriam passear em Porto Seguro, na Bahia.
Essa era a segunda vez que a diarista iria viajar de avião. De acordo com Maria Eduarda, há cerca de três anos o marido de Rosangela morreu em um acidente de caminhão e ela ficou viúva.
A viagem com o novo namorado representava um recomeço.
"Estava começando a viver a vida novamente, estava muito feliz, animada por estar indo conhecer um lugar novo, por ter novas aventuras", conta a filha.
Sorridente, com uma risada muito marcante e muito prestativa. É assim que a família quer se lembrar de Rosangela.
"Uma mulher incrível, trabalhadora, muito batalhadora. Sempre com um coração muito bom, sempre ajudava todo mundo. Uma avó incomparável, que nunca deixou faltar nada. Sempre sorrindo, tinha uma risada muito marcante. Foi uma mãe que não tem comparação, uma mãe incrível", conta.
Casal se conheceu na companhia de saneamento do PR
Namorado de Rosangela, Mauro Manoel Bedin, de 60 anos, trabalhava no setor de atendimento ao público da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), em Guaíra.
Segundo a empresa, ele trabalhou no local por 33 anos. Foi lá também que ele conheceu a namorada.
Maria Eduarda conta que a mãe foi até a empresa para resolver uma situação e encontrou Mauro. Depois disso, os dois se esbarraram outras vezes e passaram a ter mais contato, até que se apaixonaram e começaram o relacionamento.
O diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley Lipski, lamentou a morte do trabalhador.
"Em nome de todos os empregados da Sanepar, que sei estão consternados com essa tragédia, manifesto minha solidariedade à família. Estamos profundamente abalados e à disposição para dar todo o apoio necessário aos familiares neste momento difícil", disse.
Apesar de ter convivido pouco com o padrasto, Maria Eduarda relata que ele era um homem muito sorridente, brincalhão e que gostava de tocar violão e cantar música sertaneja.
Ele havia compartilhado com ela que estava próximo de se aposentar e que pretendia planejar viagens com Rosangela para que os dois pudessem "curtir a vida".
"Ele também era viúvo, perdeu sua esposa com Covid e estava muito feliz em poder recomeçar. Como ele mesmo dizia: minha mãe trouxe alegria pra vida dele novamente", relembra.
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